Descontinuação precoce da aspirina após ICP em infarto agudo do miocárdio de baixo risco - TARGET-FIRST
- SBHCI

- 22 de set.
- 2 min de leitura
Autor: Tarantini G Co-autores: Honton B, Paradies V, Lemesle G, Range G, Godin M, et al.
Revisor: Thiago Marinho Florentino Referência
New England Journal of Medicine. 2025;392:xxx-xxx. doi:10.1056/NEJMoa2508808
Fundamentos A duração ótima da terapia antiplaquetária dupla após intervenção coronária percutânea em pacientes com infarto agudo do miocárdio ainda é incerta. Estratégias recentes têm avaliado a interrupção precoce do ácido acetilsalicílico, mantendo apenas o inibidor do receptor P2Y12, com a proposta de reduzir o risco de sangramento sem aumentar a ocorrência de eventos isquêmicos.
Objetivos
Avaliar se a interrupção precoce da aspirina (30 dias), seguida de monoterapia com inibidor do receptor P2Y12, é não inferior à terapia antiplaquetária dupla convencional em pacientes com infarto submetidos à intervenção coronária percutânea com stent farmacológico de nova geração.
Métodos
Ensaio clínico multicêntrico, aberto e randomizado, conduzido em 40 centros europeus. Foram incluídos pacientes com infarto com e sem supradesnivelamento do segmento ST, submetidos a revascularização completa com stents farmacológicos de última geração (Firehawk Liberty – Micropot) e sem eventos isquêmicos ou sangarmento no primeiro mês de terapia antiplaquetária dupla. Após esse período, os pacientes foram randomizados para monoterapia com inibidor do receptor P2Y12 ou manutenção da terapia dupla por mais 11 meses. Era sugerido que o inibidor P2Y12 fosse de alta potência, mas não era obrigatório (5% dos pacientes usaram Clopidogrel).
Resultados
Foram incluídos 1.942 pacientes. O desfecho primário (morte, infarto, acidente vascular cerebral, trombose de stent ou sangramento BARC 3/5) ocorreu em 2,1% no grupo monoterapia versus 2,2% no grupo terapia dupla, confirmando a não inferioridade. Os sangramentos BARC 2/3/5 foram significativamente menores no grupo monoterapia (2,6% versus 5,6%, hazard ratio 0,46), as custas de sangramentos BARC 2 (necessitam intervenção médica, mas não necessitam hemotransfusão).
Conclusões
Em pacientes de baixo risco com infarto submetidos a revascularização completa e sem eventos no primeiro mês, a monoterapia com inibidor do receptor P2Y12 foi não inferior à terapia antiplaquetária dupla quanto aos desfechos isquêmicos e cerebrovasculares, além de reduzir de forma significativa os sangramentos clinicamente relevantes.
Opinião do editor
O estudo reforça a tendência de reduzir a duração da terapia antiplaquetária dupla em cenários selecionados, especialmente quando o risco de sangramento é relevante. Apesar dos resultados positivos, a aplicabilidade clínica deve ser individualizada, considerando o perfil do paciente, a complexidade da intervenção e a adesão ao tratamento.


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