Segunda denervação renal em paciente com recidiva de hipertensão refratária
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Autores: Thiago Marinho Florentino, Tannas Jatene, Fabrício Ribeiro Las Casas, Rogério Lobo de Andrade Las Casas, Vinícius Daher Vaz, Alberto de Almeida Las Casas Júnior
Instituição: Hospital do Coração Anis Rassi – Goiânia
DESCRIÇÃO DO CASO:
Paciente do sexo feminino, 49 anos, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) desde os 17 anos. Aos 29 anos apresentou episódios de urgência hipertensiva, com necessidade de internação hospitalar para controle pressórico. Acidente vascular cerebral (AVC) aos 32 anos, sem sequelas neurológicas.
Em seguimento regular com cardiologista, causas secundárias de hipertensão foram investigadas e excluídas. A paciente encontrava-se em uso de sete classes de anti-hipertensivos. A Figura 1 apresenta o MAPA realizado em 2011.

Em agosto de 2011 foi realizada denervação renal com cateter de termoablação unipolar, utilizando quatro aplicações em cada artéria renal principal, no Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (InCor – USP).
A paciente apresentou resposta parcial, com melhora do controle pressórico. A partir de 2017 houve necessidade de reintrodução e aumento progressivo das medicações anti-hipertensivas; em janeiro de 2020 a paciente utilizava oito classes diferentes. Nova investigação de hipertensão secundária foi conduzida, novamente sem achados relevantes. A Figura 2 ilustra a evolução dos MAPAs entre 2011 e 2020, evidenciando recrudescência pressórica.

Em fevereiro de 2020, foi realizada nova denervação das artérias renais (Figura 3), via artéria femoral direita, utilizando cateter multipolar em espiral (Spyral™, Medtronic). Foram realizadas aplicações de termoablação nos ramos principais e sub-ramos das artérias renais (23 aplicações à direita e 28 à esquerda).

Após o segundo procedimento, observou-se melhora importante do controle pressórico, com redução significativa da quantidade de medicações utilizadas. As Figuras 4 e 5 ilustram a evolução clínica e a redução terapêutica ao longo do acompanhamento.


A paciente segue em acompanhamento cardiológico (última consulta em 2024), mantendo adequado controle pressórico em uso de três classes de anti-hipertensivos. Casos em que se realiza uma segunda denervação renal são raros na literatura médica, sendo relatados apenas de forma pontual em registros e séries de casos. No presente relato, evidencia-se que a realização de uma nova denervação com tecnologia multipolar e inclusão de sub-ramos arteriais resultou em resposta mais expressiva e sustentada.




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