Monoterapia com inibidores da P2Y12 potentes versus terapia antiplaquetária dupla em pacientes com e sem IAMCSSST: Sub-estudo do NEO-MINDSET
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Título original: Potent P2Y12 Inhibitor Monotherapy versus DAPT after PCI in Patients With and Without STEMI: NEO-MINDSET Substudy
Autores: Caio A M Tavares, Patricia O. Guimarães, Marcelo Franken, José Mariani Junior, Stefano G. D. Lemos, Breno O. Almeida, Eduardo B. Martins, Estêvão L. Figueiredo, Aloísio M. da Rocha, Alexandre A. de S. M. Soares, Marcos A. Marino, Bruno de S. Paolino, Mayler Olombrada Santos, Paulo R. A. Caramori, Rodrigo M. Joaquim, Edgard F. Quintella, André F. de P. Antonangelo, Alberto G. T. Fonseca, Marcos S. Silveira, Milena R. da Fonseca, Frederico Monfardini, Silvia R. L. Assis, Leonardo R. Costa, José C. Nicolau, Andrei C. Sposito, Renato D. Lopes, Yoshinobu Onuma, Marco Valgimigli, Dominick J. Angiolillo, Patrick W. J. C. Serruys, Otavio Berwanger, Raul D. Santos, Fernando Bacal e Pedro A Lemos.
Revisor: Dr. Rodrigo de Moura Joaquim
Referência: JACC (2025), doi: https://doi.org/10.1016/ j.jacc.2025.10.058.
Fundamentos: A terapia antiplaquetária padrão com aspirina e um inibidor da P2Y12 ainda é padronizada para 12 meses, entretanto esse período acarreta um risco aumentado de sangramento. Apesar de estudos demonstrarem que reduzir a terapia para um antiplaquetário, em geral um inibidor da P2Y12, para 1 a 3 meses, não demonstra risco aumentado de eventos trombóticos o risco de sangramento mantem-se elevado ainda nas primeiras semanas de tratamento. Esse risco pode ser diferente nos diferentes cenários de apresentação de Síndrome Coronária Aguda (SCA)
Objetivos: Essa é uma análise pré-especificada do estudo NEO-MINDSET que avaliou se um período muito curto em terapia antiplaquetária dupla, apenas nos primeiros dias de síndrome coronariana aguda (SCA) seriam não inferior a terapia isolada com inibidor potente da P2Y12 na ocorrência de eventos cardiovasculares e superior em termos de sangramento nos subgrupos de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST) e naqueles com as demais apresentações de Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento do segmento ST (SCASSST)
Métodos: O estudo NEO-MINDSET randomizou pacientes com SCA para receber monoterapia com inibidor potente da P2Y12 nos primeiros 4 dias de internação hospitalar contra terapia antiplaquetária dupla padrão com aspirina e um potente inibidor da P2Y112 por 12 meses. Os desfechos co-primários foram um composto isquêmico de morte por todas as causas, IAM, acidente vascular encefálico ou revascularização de urgência do vaso alvo e um desfecho de sangramento composto por BARC 2,3 e 5.
Resultados: Dos 3410 pacientes incluídos, 2119 (62,1%) foram IAMCSST e 1291 (37.9%) foram SCASSST. A alta inclusão de pacientes com IAMCSST se deve ao fato de os pacientes serem randomizados nos primeiros 4 dias após internação hospitalar e necessitarem de revascularização completa de todas as lesões alvo. As principais características clínicas são balanceadas entre os grupos e a suspensão de aspirina ocorreu na média de dois dias no grupo intervenção. Entre os pacientes com IAMCSST a taxa de eventos isquêmicos com maior nos pacientes que retiraram precocemente a aspirina (8.2% vs 5.2%, HR: 1.60; IC 95% 1.14 – 2.24) enquanto que naqueles com SCASSST as taxas de eventos isquêmicos foram semelhantes entre os grupos (5.1% vs 6.0%, HR: 0.84; IC 95% 0.39 – 2.02) (p para interação de 0.030. As duas apresentações de SCA tiveram uma redução significativa e semelhante em relação a redução de sangramento favorecendo o grupo que suspendeu aspirina precocemente (IAMCSST HR: 0.37, IC 95% 0.22 – 0.61; SCASSST HR: 0.45, IC 95% 0.23 – 0.86; p para interação = 0.650)
Conclusões: Em pacientes com IAMCSSST tratados com intervenção coronária percutânea, a retirada precoce da aspirina parece ser lesiva com aumento do risco de eventos isquêmicos enquanto naqueles pacientes com SCASSST a manutenção apenas de um inibidor potente da P2Y12 pode ser uma estratégia viável com taxas similares de eventos isquêmicos e redução significativa de sangramento quando comparado a terapia dupla padrão.


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