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Trombocitopenia após implante transcateter de válvula aórtica (TAVI)

  • Foto do escritor: SBHCI
    SBHCI
  • 23 de set.
  • 2 min de leitura

Texto em inglês: Thrombocytopenia after transcatheter aortic valve implantation

Autor: Gabriela Tirado-Conte Co-autores: Vassili Panagides, Carlos E. Vergara-Uzcategui, Gabriela Veiga Fernández, Jean Paul Vílchez, Josep Rode ́s-Cabau, et al

Revisor: Filippe Barcellos Filippini Referência: Revista Española de Cardiología. 2025;78(4):347–357


CONTEXTO: 

A trombocitopenia é uma complicação comum após implante transcateter de bioprótese aórtica (TAVI), sendo descrita em cerca de 35% dos casos pós-procedimento. Até então, a maioria das evidências provinha de estudos unicêntricos, com populações limitadas. OBJETIVOS:             O estudo teve como objetivo avaliar a incidência, os fatores preditores e o impacto clínico da trombocitopenia adquirida após TAVI em uma grande coorte multicêntrica, diferenciando o comportamento entre nadir precoce (≤3 dias) e tardio (≥4 dias).

MÉTODOS:             Trata-se de um registro retrospectivo multicêntrico, que incluiu 3.913 pacientes consecutivos submetidos a TAVI em oito centros (Europa, Canadá e México) entre 2008 e 2021. Foram excluídos os casos com trombocitopenia basal (contagem plaquetária <100x10⁹/L), ausência de exames laboratoriais completos ou morte intraprocedimento. A trombocitopenia foi definida como queda ≥50% em relação ao basal.

O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas em 30 dias. Os desfechos secundários incluíram segurança do procedimento (critérios VARC-2) e morte por todas as causas em 02 anos. Foram realizadas análises ajustadas por escore de propensão, além de subanálises por sexo, tipo de válvula, acesso e período do procedimento.



RESULTADOS:


         Dentre os 3.913 pacientes incluídos no registro multicêntrico, a incidência de trombocitopenia adquirida foi de 14,8% pos TAVI (nadir inicial: 61,5%, nadir tardio: 38,5%). A mortalidade em 30 dias ocorreu em 112 (3,0%) pacientes, sendo significativamente maior naqueles com trombocitopenia (8,5% vs. 2,0%, OR 2,3; IC95% 1,3-4,2).


         A respeito dos desfechos secundários, a segurança do procedimento (procedural safety) foi menor e a mortalidade em 2 anos foi maior ao comparar grupo com e sem trombocitopenia (52 VS 77%; P < 0,001 e 30% VS 16,8%; OR 2,2; IC95% 1,3-2,7) e especialmente naqueles com trombocitopenia nadir tardia (45,8% VS 54,5%; P= 0,056 e 38,6% VS 23,8%, OR 2,1; IC95% 1,5-2,9).


         Os preditores independentes de trombocitopenia incluíram fatores basais e relacionados ao procedimento, tais como: área de superfície corporal, ausência de diabetes, função renal basal reduzida, doença vascular periférica, via de acesso não transfemoral, complicações vasculares, tipos de válvulas e TAVI realizado antes dos anos 2015.



CONCLUSÃO:


         A trombocitopenia adquirida foi comum (15%) após TAVI, sendo associada ao aumento da mortalidade a curto e médio prazo, bem como à diminuição da segurança do procedimento. Além disso, a trombocitopenia tardia, em comparação com a trombocitopenia precoce, foi associada a desfechos clínicos significativamente piores. Investigações adicionais são necessárias para elucidar os mecanismos etiológicos por trás desses achados.



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